O cenário econômico internacional continuou apresentando perspectivas mais fracas no terceiro trimestre de 2022 em relação ao crescimento do PIB global em 2022 e 2023, se comparado ao ano de 2021, quando a economia mundial cresceu 6,00%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu último relatório World Economic Outlook (WEO)¹, publicado em outubro de 2022, estimou que a economia global crescerá 3,20% em 2022 e 2,70% em 2023. Nessa previsão, o FMI manteve sua projeção para 2022 e reviu em -0,20 p.p. a estimativa para 2023 em relação a atualização do WEO anterior, de julho de 2022. Esse resultado reflete: a crise do custo de vida, o aperto das condições financeiras na maioria das regiões, a guerra na Ucrânia e a persistente pandemia de COVID-19.
O WEO também mostra que a expectativa do FMI para crescimento das economias avançadas é de 2,40% para 2022 e de 1,10% para 2023. Para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento, a estimativa é de 3,70% para o biênio 2022-2023. Já para a Ásia Emergente a projeção de aumento é de 4,40% para 2022 e 4,90% para 2023.
No cenário nacional, dados das Contas Nacionais divulgados em setembro de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o PIB da economia brasileira apresentou crescimento de 1,20% no segundo trimestre de 2022 em relação ao primeiro trimestre de 2022 (série dessazonalizada). O melhor resultado foi da Indústria que cresceu 2,20%, seguida pelos Serviços que avançaram 1,30% e a Agropecuária que expandiu 0,50%. No semestre e no acumulado dos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2022, o PIB registrou acréscimos de 2,50% e 2,60%, respectivamente.
A expectativa do Banco Central do Brasil (Bacen), publicada no Relatório de Inflação de setembro desse ano, para o crescimento do PIB em 2022 aumentou em relação a estimativa do Relatório anterior, passando de 1,70% para 2,70%. De acordo com o Bacen, os principais fatores para revisão foram: a surpresa no crescimento do segundo trimestre, os resultados iniciais do terceiro e os estímulos não contemplados no Relatório anterior, principalmente, o aumento do valor do benefício do Auxílio Brasil e o arrefecimento da inflação.
Em relação ao nível de preços, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou no mês de setembro de 2022 variação de -0,29%, terceiro mês seguido em que o indicador apresentou deflação, destaque para o grupo de Transportes que apresentou no mês de setembro variação de -1,98% e impacto de -0,41 p.p. no índice de inflação.
No ano, o IPCA acumula alta de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%, abaixo dos 8,73% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. De acordo com a Pesquisa Focus, realizada pelo Bacen, a previsão do mercado para a inflação apresentou queda na mediana das projeções para a variação anual do IPCA em 2022, passando de 6,61% em 2 de setembro de 2022 para 5,74% em 30 de setembro de 2022. A estimativa para 2023 também apresentou queda na mediana, saindo de 5,27% para 5,00%, no mesmo período.
CENÁRIO ECONÔMICO REGIONAL
No cenário regional, a expectativa da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA) para o crescimento da economia do Pará em 2022 e 2023 manteve-se mais fraca no início do terceiro trimestre desse ano. A Fundação reviu, em julho de 2022, sua projeção para o crescimento real do PIB paraense em 2022 para 2,04%, ante projeção anterior de 2,56% de março de 2022. Já para 2023, a estimativa de crescimento da economia paraense passou de 3,17% para 2,64%, no mesmo período. Em linha com essa expectativa, o Índice de Atividade Econômica Regional do Pará (IBCRPA) de agosto de 2022 apresentou variação de 1,15% em relação a agosto de 2021 (série dessazonalizada).
A indústria paraense apresentou resultado negativo, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do IBGE publicada em outubro de 2022, referente ao mês de agosto, a produção industrial do Estado apresentou variação de -6,15% em relação a agosto de 2021 (série com ajuste sazonal). Esse resultado foi provocado, principalmente, pelo baixo desempenho das atividades de Indústrias Extrativas que apresentaram variação de -8,33% em agosto de 2022 em relação a agosto de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor industrial do Pará registrou uma variação de -7,9%.
Quanto ao comércio local, dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE publicada em outubro de 2022, referente ao mês de agosto, mostram que o volume de vendas do comércio varejista da economia paraense apresentou crescimento de 5,50% em comparação com o mês de agosto de 2021. Considerando o comércio varejista ampliado, que contempla além das atividades que compõem o indicador do comércio varejista as atividades de material de construção e veículos, motocicletas, partes e peças, o Pará apresentou crescimento de 0,60% nessa mesma base de comparação.
No tocante à inflação, dados do IBGE de setembro de 2022 mostram que o IPCA apurado na região metropolitana de Belém no acumulado dos últimos 12 meses foi 5,45%. No mês de setembro de 2022 esse índice apurado no Estado apresentou variação de -0,01%.
No âmbito da gestão fiscal, o Pará apresenta bom conceito junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN). De acordo com o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais 2021 do Tesouro Nacional publicado, em outubro de 2021, o Estado apresenta a nota “B” da CAPAG (Classificação da Capacidade de Pagamento).
1- World Economic Outlook – relatório sobre perspectivas econômicas mundiais, divulgado pelo FMI.